O Brasil perdeu nesta quinta-feira (3) uma de suas maiores vozes. Cid Moreira, ícone do jornalismo, faleceu aos 97 anos, em Petrópolis (RJ), onde estava internado tratando de uma pneumonia. Reconhecido por sua voz inconfundível, Cid foi a referência do Jornal Nacional da Rede Globo por 26 anos, apresentando o telejornal quase 8 mil vezes. Ao longo de sua trajetória, ele moldou a forma como os brasileiros consumiam notícias, e sua marca na comunicação será lembrada por gerações.
Nascido em 29 de setembro de 1927, Cid Moreira construiu uma carreira sólida, sendo uma das vozes mais icônicas da TV brasileira. Sua passagem pelo Jornal Nacional começou em 1969, logo após a estreia do telejornal, e desde então ele se tornou sinônimo de credibilidade e seriedade. A habilidade de Cid em transformar as notícias em algo acessível e seu carisma inabalável o tornaram um dos profissionais mais respeitados e queridos do público.
Com sua partida, colegas de profissão, amigos e admiradores se manifestaram. O apresentador William Bonner, sucessor de Cid no Jornal Nacional, recordou o colega como um "grande brincalhão" e elogiou sua técnica única de pronúncia. Sérgio Chapelin, que dividiu a bancada com Cid por anos, afirmou que ele foi o melhor profissional com quem trabalhou. Outro companheiro, Léo Batista, contou uma divertida história de quando Cid apresentou o jornal de bermuda, mostrando que, apesar da seriedade no ar, ele também sabia levar a vida com leveza.
Além dos tributos de colegas da televisão, a morte de Cid Moreira reverberou no meio político. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a perda, chamando-o de uma das "personalidades mais emblemáticas da história do nosso jornalismo". O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, destacou o legado do jornalista e sua marcante voz, enquanto Arthur Lira, presidente da Câmara, ressaltou a seriedade e precisão de Cid na divulgação de notícias. Luis Roberto Barroso, presidente do STF, também se emocionou, lembrando o famoso "boa noite" de Cid, que marcou a vida de muitos brasileiros.
O legado de Cid Moreira vai muito além de sua voz. Sua carreira, marcada pela ética e compromisso com a informação, deixa um exemplo a ser seguido por gerações futuras de jornalistas. Sua contribuição à televisão e ao jornalismo brasileiro é imensurável, e sua ausência será sentida profundamente por aqueles que o admiravam.
Aos 97 anos, Cid se despede deixando um vazio no jornalismo, mas sua história e sua voz continuarão a ressoar na memória do Brasil.
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